Kunsthalle Lissabon

Early Summer (2012). Vista da instalação. Foto: Bruno Lopes

Early Summer (2012). Vista da instalação. Foto: Bruno Lopes

Early Summer (2012). Vista da instalação. Foto: Bruno Lopes

Early Summer (2012). Vista da instalação. Foto: Bruno Lopes

Early Summer (2012). Vista da instalação. Foto: Bruno Lopes

Haris Epaminonda. Untitled #29 n/g (2012). Estructura em ferro, balança de metal antiga, pedra. Foto: Bruno Lopes

Haris Epaminonda. Untitled #31 n/g (2012). Imagem encontrada, moldura, plinto, pedra. Foto: Bruno Lopes

Daniel Gustav Cramer. Untitled (Sloth) (2012). C-print, 56x42 cm, moldura. Foto: Bruno Lopes

Daniel Gustav Cramer. Unterfeldhaus, Germany, June 17, 1983 / Version 2 (2012). Texto em papel, empilhado. Foto: Bruno Lopes

Daniel Gustav Cramer. V /vB (2012). Ferro, 11cm de diâmetro. Foto: Bruno Lopes

Haris Epaminonda. Untitled #26 n/g (dyptich) (2012). Imagens encontradas, moldura. Foto: Bruno Lopes

Early Summer (2012). Vista da instalação. Foto: Bruno Lopes

Haris Epaminonda. Untitled #24 n/g (2012). Imagem encontrada, moldura, plinto. Foto: Bruno Lopes

Daniel Gustav Cramer. Untitled (Worms) (2012). C-print, 32,5x24 cm, moldura. Foto: Bruno Lopes

Daniel Gustav Cramer. Untitled (Worm) (2012). C-print, 32,5x24 cm, moldura. Foto: Bruno Lopes

Haris Epaminonda. Untitled (landscape studies) (2012). 05'56'', preto e branco, sem som. Foto: Bruno Lopes

Epaminonda & Cramer: Early Summer

Daniel Gustav Cramer e Haris Epaminonda conheceram-se em 2001. Um projeto experimental para a internet, 'The Beehive', foi lançado em 2005, durou cerca de dois anos, e conduziu, eventualmente, ao projeto colaborativo 'The Infinite Library'. 'The Infinite Library' é um arquivo de livros em permanente expansão, onde cada livro é criado a partir de páginas de um ou mais livros existentes e novamente reencadernadas. Atualmente existem já cerca de 50 livros. Um catálogo online funciona como um índice preliminar.

O trabalho de ambos os artistas apresenta-se fragmentário, e a sua exposição tende a enfatizar a construção de constelações de peças no espaço expositivo. Em 2010 Epaminonda e Cramer realizaram uma primeira exposição na qual as suas obras eram apresentadas em conjunto, em diálogo entre si, criando uma imagem/narrativa única. Certos temas, como a água em movimento ou um sentido de deslocação e reorganização ligava os elementos individuais entre si. A prática de Cramer inclui sobretudo fotografias, mas por vezes assume a forma de esculturas, livros e vídeos que formam, entre si, um sistema visual coerente. Os trabalhos aparecem e reaparecem em diferentes constelações em diferentes espaços expositivos, criando dessa maneira uma narrativa contínua de sobreposições, repetições e interlúdios poéticos. Os diferentes temas que ligam as imagens, objetos e textos do artista testemunham um universo complexo em constante diálogo com o mundo. O sistema intricado de referências e fragmentos visuais e textuais expande-se e transforma-se ininterruptamente e, ao fazê-lo, ecoa critérios essenciais da existência humana - memória, amor, morte, tempo, conhecimento, dúvida e crença - bem como a sua representação. O trabalho de Epaminonda aborda perspectivas semelhantes de deslumbramento e mistificação. As composições pictóricas, fílmicas e espaciais que a artista desenvolve partilham de uma sensibilidade e textura únicas. A sua linguagem subtil e estranhamente emotiva convoca um espaço onde o espectador se pode perder num reino de ligações e gestos. As suas pequenas colagens, as suas instalações e filmes são precisos e cuidadosamente considerados (muitos deles criados através de imagens ou objetos encontrados em arquivos e através de intensa pesquisa) e aparentam possuir uma solução, uma clara explicação, mas revelam, na verdade, um universo ilimitado de possibilidade e incerteza. O sentimento é semelhante à entrada num labirinto de espelhos, onde os reflexos mostram continuamente novos e intermináveis pontos de vista, conduzindo-nos a um estado de espanto e perplexidade, onde o tempo se afigura como um conceito fugidio, sem princípio nem fim.

Para a exposição na Kunsthalle Lissabon e, no seguimento da sua recente colaboração para a dOCUMENTA (13), os dois artistas irão criar uma narrativa aberta recorrendo a imagens encontradas, fotografias, livros, vídeos e pequenas esculturas. A exposição dará continuidade a uma série de títulos de exposições inspiradas por obras do realizador japonês Yasujir? Ozu (Late Spring (1949), Early Summer (1951), Early Spring (1956), Late Autumn (1960)). Um livro de artista será publicado como parte do projeto.

Daniel Gustav Cramer nasceu em Neuss, Alemanha em 1975. Vive e trabalha em Berlim. Estudou na FH Münster e no Royal College of Art, em Londres. Das suas exposições individuais recentes destacam-se Works, Kunsthaus Glarus (2012); Daniel Gustav Cramer, BolteLang, Zurique (2011); Eight Works, Dortmunder Kunstverein, Dortmund (2010) e Twelve Works, Vera Cortês, Lisboa (2009). Participou em inúmeras colectivas, destacando-se Salon de Lecture, La Kunsthalle Moulhouse (2011); End Note, Tanya Leighton, Berlim (2011); The Happy Interval, Tulips and Roses, Vilnius (2009); Playtime, Betonsalon, Paris (2008); A principle of Assumptions, Rodeo Gallery, Istambul (2008); 5ª Bienal de Berlim e Art Sheffield 08.

Haris Epaminonda nasceu em Nicosia, Chipre, em 1980. Vive e trabalha em Berlim. Estudou no Chelsea College of Art & Design, em Londres e posteriormente na Kingston University e no Royal College of Art, também em Londres. Destacam-se as seguintes exposições individuais: Projects 96: Haris Epaminonda, MoMA, Nova Iorque (2011); Haris Epaminonda, Schirn Kunsthalle, Frankfurt/Main (2011): VOL. VI, Tate Modern, Level 2 Gallery, Londres (2010); VOL. IV, Rodeo Gallery, Istambul (2009); Haris Epaminonda, Malmö Konsthall, Malmö (2009). Das colectivas em que participou, destacam-se Green Light, Laura Bartlett Gallery, Londres (2009); Solaris, Gio Marconi Gallery, Milão (2009); Deste Prize 2009, Deste Foundation, Cycladic Museum, Atenas (2009); The Generational: Younger than Jesus, New Museum, Nova Iorque (2009); provisions for the Future, 9ª Bienal de Sharjah e 5ª Bienal de Berlim (2008).

Haris Epaminonda e Daniel Gustav Cramer apresentaram já por várias vezes o seu trabalho em conjunto, destacando-se: The End of Summer, dOCUMENTA (13), Kassel (2012); The Infinite Library, Badischer Kunstverein, Karlsruhe (2011); Late Autumn, Samsa, Berlim (2010); The Infinite Library, Biblioteca Universitaria Bologna & Museo Aldrovandi, Bolonha (2010); The Infinite Library_book #16, com a Rodeo Gallery nos solo projects, Arco, Madrid (2009); Daniel Gustav Cramer & Haris Epaminonda, BolteLang, Zurique (2009); The Infinite Library_book #14, com a BolteLang na Nada, Miami (2008); The Infinite Library, Moufflon. Nicosia (2008); Daniel Gustav Cramer & Haris Epaminonda, Pharos Centre for Contemporary Art, Nicosia (2006).

A exposição Early Summer é generosamente apoiada pela Fundação Calouste Gulbenkian, a Embaixada do Chipre em Lisboa, e a embaixadora Thalia Petrides, e o Instituto Goethe.

Agradecimentos: Instituto de Investigação Científica Tropical, Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, Observatório Astronómico de Lisboa, Planetário Calouste Gulbenkian, Fundação EDP e Vera Cortês Art Agency.

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