Kunsthalle Lissabon

Emily Roysdon: scenic, say (2017). Vista da exposição. Foto: Bruno Lopes

Emily Roysdon: scenic, say (2017). Vista da exposição. Foto: Bruno Lopes

Emily Roysdon: scenic, say (2017). Vista da exposição. Foto: Bruno Lopes

Emily Roysdon: Vanishing Point (piers) (2017). Impressão a laser. Foto: Bruno Lopes

Emily Roysdon: Untitled (proscenium 4) (2017). Colagem de fotograma de gelatina de prata e serigrafia. Foto: Bruno Lopes

Emily Roysdon: scenic, say (2017). Vista da exposição. Foto: Bruno Lopes

Emily Roysdon: scenic, say (2017). Vista da exposição. Foto: Bruno Lopes

Emily Roysdon: scenic, say

A Kunsthalle Lissabon apresenta scenic, say, a primeira exposição individual em Portugal da artista americana radicada em Estocolmo Emily Rosydon. A exposição encontra-se aberta ao público de 20 de maio a 2 de setembro de 2017.

A história queer e o espaço social têm ocupado uma posição central na prática de Emily Roysdon, resultando num método de trabalho interdisciplinar que tem dado origem a projetos que tomam a forma de performances, instalações fotográficas, textos, publicações, vídeos, projetos curatoriais e colaborações com outros artistas. No seu mais recente trabalho, Uncounted, em que trabalhou durante vários anos, Roysdon explorou noções de “políticas de transição” e “invisibilidade no tempo”. No centro deste projeto está um texto, em 23 partes, que problematiza um vocabulário de movimento, margem e transgressão. Baseado em textos de W.H. Auden, David Hammons e Gertrude Stein, o trabalho considera a "experiência incontrolável", o que está para "além da vontade de medir", colocando questões como "o que é o tempo senão ativismo?" e "que instrumentos temos?"

Para scenic, say Roysdon avança, ainda que partindo dessas 23 curtas peças textuais, que são abstratas, poéticas e políticas, para um projeto mais pessoal. Na Kunsthalle Lissabon usa a imagem fotográfica com vista ao aprofundamento de um sentimento de perda em relação à vitalidade do tempo. Usando tropos teatrais como perspetiva e proscénio, Roysdon dá a ver diversas variações das dinâmicas entre movimento, imagem, palco, vida e perda. A exposição combina um conjunto de imagens murais, impressas com recurso ao processo genérico e massificado da fotocópia, montadas em grelha, com uma série de colagens que ocupam o espaço expositivo de forma tridimensional, realizadas a partir de impressões fotográficas e serigráficas, onde um léxico simultaneamente pessoal, íntimo e político é avançado, e onde o contraste performativo entre as diferentes estratégias das imagens é tornado explícito.

A sensação de perda é ainda tornada visível através da necessidade de um horizonte que repousa silenciosamente nas fotografias. As imagens parecem inacabadas, desiguais, unindo a ideia de um antes e de um depois. O texto de Uncounted ecoa em scenic, say já que fragmentos desse trabalho estão presentes nas colagens e na pilha de cartazes que o visitante pode levar consigo. Em scenic, say Emily Roysdon continua a sua pesquisa sobre o que está perdido no tempo e como isso pode ser encenado e memorizado. Pensando na morte e no teatro, oferece ao público um olhar poético sobre o seu imaginário pessoal, abstrato e político.

Emily Roysdon (1977) é uma artista e escritora americana, a viver em Estocolmo. Foi editora e co-fundadora da revista queer e do coletivo artistico, LTTR. As suas muitas colaborações incluem desenho de figurinos para os coreógrafos Levi Gonzalez, Vanessa Anspaugh e Faye Driscoll, bem como letras de músicas para The Knife e JD Samson & MEN. Entre 2008 e 2010 Roysdon desenvolveu o conceito de "resistência estática" para falar sobre o impossível e o imaginário na política. O conceito passou a exposição em dois momentos simultâneos na Grand Arts, em Kansas City, e na Iniciativa X, em Nova York. Desde o ano de 2013 Roysdon tem vindo a desenvolver um vocabulário em torno do ensaio Uncounted. Os recentes projetos individuais incluem novas comissões para Secession, Viena; Tate Modern, Londres; PARTICIPANT, INC (NYC); If I Can't Dance, Amsterdão; Portland Institute of Contemporary Art, Visual Art Center, Austin; and The Kitchen, New York. O trabalho de Roysdon foi exibido no Museum of Modern Art, Nova Iorque; Bienal de Gwangju; Moderna Museet; Whitney Bienal; Nova Iorque, MoMA PS1; The Generational, New Museum e Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid, entre muitos outros. Em 2012 foi finalista do Future Generation Art Prize, exibindo em Kiev e na Bienal de Veneza. Roysdon completou o Programa Independente do Whitney Museum Independent em 2001 e um MFA interdisciplinar na UCLA em 2006. É professora de arte na Konstfack em Estocolmo, na Suécia.

A Kunsthalle Lissabon é generosamente apoiada pelo Ministério da Cultura/Direção-Geral das Artes e pela Teixeira de Freitas, Rodrigues e Associados.

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