Kunsthalle Lissabon

Inês Zenha, Ressurreição, 2023. Vista da exposição com Diante de olhos armados, trespassa, 2023. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Inês Zenha, Ressurreição, 2023. Vista da exposição com Diante de olhos armados, trespassa, 2023; Tão só um corpo em confissão, 2023. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Inês Zenha, Ressurreição, 2023. Vista da exposição Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Inês Zenha, Ressurreição, 2023. Vista da exposição com Diante de olhos armados, trespassa, 2023; Tão só um corpo em confissão, 2023. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Inês Zenha, Ressurreição, 2023. Tão só um corpo em confissão, 2023, (detalhe), agrila, metal, água. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Inês Zenha, Ressurreição, 2023. Vista da exposição com Ergue-me a voz, 2023; Purifica-me no teu devir-água, 2023. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Inês Zenha, Ressurreição, 2023. Vista da exposição Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Inês Zenha, Ressurreição, 2023. Ergue-me a voz, 2023, (detalhe), cerâmica, ferro. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Inês Zenha, Ressurreição, 2023. Vista da exposição com Purifica-me no teu devir-água, 2023, (detalhe), cerâmica, água. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Inês Zenha, Ressurreição, 2023. Purifica-me no teu devir-água, 2023, (detalhe), cerâmica, água. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Inês Zenha, Ressurreição, 2023. Vista da exposição, Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Inês Zenha, Ressurreição, 2023. Pia regeneradora, 2023, (detalhe), cerâmica, água Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Inês Zenha, Ressurreição, 2023. Vista da exposição com Tão só um corpo em confissão, 2023. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Inês Zenha, Ressurreição, 2023. Vista da exposição com Tão só um corpo em confissão, 2023, (detalhe), argila, metal, água. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Inês Zenha, Ressurreição, 2023. Vista da exposição, (detalhe), Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Inês Zenha, Ressurreição, 2023. Diante de olhos armados, trespassa, 2023, (detalhe), cerâmica, aço inoxidável. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Inês Zenha, Ressurreição, 2023. Pia regeneradora, 2023, (detalhe), cerâmica, água Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Inês Zenha, Ressurreição, 2023. Purifica-me no teu devir-água, 2023, (detalhe), cerâmica, água. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Inês Zenha: Ressurreição

A Kunsthalle Lissabon tem o prazer de anunciar Ressurreição, uma exposição individual de Inês Zenha, artista de nacionalidade portuguesa que vive e trabalha em Paris.

Partindo da compreensão de que até os hábitos e escolhas mais íntimos são condicionados por construções sociais, a prática de Inês Zenha explora as políticas queer e de género e tenta desconstruir esses costumes através do uso de metáforas visuais e conceituais que contrapõem a artificialidade de tais princípios impostos com a espontaneidade daqueles puramente naturais. Esta é a “ressurreição” que Inês Zenha deseja: a eterna possibilidade de transformação de um corpo, de uma ideia, de uma sociedade. No espaço expositivo da Kunsthalle Lissabon, e através de uma grande instalação, desenvolvida especificamente para a ocasião, composta por elementos como azulejos, elementos escultóricos em barro e elementos aquáticos, Zenha constrói um santuário pessoal em que a celebração de um corpo em todas as suas fases de confronto e libertação é o elemento central, personificado pelo fluxo da água e pela estranha resiliência dessas flores-corporais.

Ao entrar na exposição a visitante é recebida por uma monumental cortina escultórica. Feita de uma infinidade de azulejos em forma de seios, o que aparenta ser um prelúdio para o que ainda está por vir é na verdade uma parede que necessita de ser derrubada metaforicamente. Uma grelha despersonalizadora em que o símbolo feminino escolhido se repete de forma obsessiva, uniformizado por um olhar esquemático que muitas vezes apenas potencia os seus atributos reprodutivos e o seu papel de mercadoria. Inês Zenha convida a visitante a ir além dessa cortina para ver o que realmente se pode esconder para lá dessa mera simplificação.

Um pequeno ecossistema, povoado por plantas e buracos que ganham vida graças à água que corre à sua volta e através deles, conduz a visitante a uma limpeza de natureza quase ritualística. Com o uso da argila, Zenha enfatiza a importância da maleabilidade, explorando tanto a transformação orgânica de um corpo quanto as futuras hibridações que esse material pode e irá encontrar num futuro próximo.

As plantas têm uma capacidade inata de se adaptar, de se ajustar e regenerar, “não apenas viver no mundo” como disse o filósofo Emanuele Coccia. “Elas transformam-no constantemente, ao mesmo tempo que se encontram imersas nele. Pode dizer-se que a vida vegetal é um ato constante e incessante de autodesenvolvimento”.

A livre autoconceção de si, livre do espartilho subjetivo dos constrangimentos sociais, é a base da pesquisa artística e política de Zenha. Ressurreição é simultaneamente uma ode à transformação e uma reflexão crítica sobre a mistificação da pureza, mais comummente associada ao conceito de virgindade do que ao de liberdade de expressão.

Uma afirmação sem remorsos que se torna forte e confiante como as esculturas de Zenha, demonstrando à espectadora que os preconceitos residem no olhar de quem vê, e com um estudo minucioso podem sempre ser questionados.

A prática de Inês Zenha (1995, Lisboa) abrange uma multiplicidade de suportes, tais como instalação, pintura, escultura e cerâmica, que são utilizados como parte da sua investigação e reflexão em torno das representações, tanto formais como conceptuais, do corpo queer. Um corpo sobrecarregado por valores hetero-patriarcais, um corpo que se esforça por se libertar e criar uma nova ontologia para si próprio.

Inês Zenha estudou Belas Artes da Central Saint Martins em Londres, residindo atualmente entre Paris e Lisboa, após a sua residência em La Folie Barbizon, França. Entre as suas exposições recentes destacamos Impenetrable, Double V Gallery, Marselha; Letter to a friend, March Art projects, Paris; Cerimónia de Abertura da Saison Portugal-França, Thêathre du Châtelet, Paris; Atelier 11, city Falguiére, Paris; Petit Ami, la Maison Rouge, Paris; Galeria Switch, Lisboa; Espaço Ux Art, Lisboa; La Junqueira, Lisboa, Saatchi Gallery, encomenda privada para Hermes em Londres; 14 Cinema, Londres; Central Saint Martins, Londres, Freud Museum, Londres.

O trabalho de Inês Zenha foi incluído na Coleção do Centro de Arte Dos de Mayo, Madrid; Coleção Marval, Milão, e Fundação Arco, Madrid.

A Kunsthalle Lissabon é gentilmente apoiada pela República Portuguesa / DGArtes, Coleção Maria e Armando Cabral. Um agradecimento especial ao inestimável apoio técnico da Viúva Lamego.

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