Kunsthalle Lissabon

OLGA's NOTES, all those restless bodies (2014). Video, 24'. Foto: Bruno Lopes

OLGA's NOTES, all those restless bodies (2014). Video, 24'. Foto: Bruno Lopes

OLGA's NOTES, all those restless bodies (2014). Video, 24'. Foto: Bruno Lopes

OLGA's NOTES, all those restless bodies (2014). Video, 24'. Foto: Bruno Lopes

OLGA's NOTES, all those restless bodies (2014). Video, 24'. Foto: Bruno Lopes

OLGA's NOTES, all those restless bodies (2014). Video, 24'. Foto: Bruno Lopes

OLGA's NOTES, all those restless bodies (2014). Video, 24'. Foto: Bruno Lopes

I've Heard stories (2008). Animação video, 4' 49''. Foto: Bruno Lopes

I've Heard stories (2008). Animação video, 4' 49''. Foto: Bruno Lopes

I've Heard stories (2008). Animação video, 4' 49''. Foto: Bruno Lopes

Marwa Arsanios: Notes for a choreography

A Kunsthalle Lissabon apresenta Notes for a choreography, a primeira exposição individual da artista libanesa Marwa Arsanios em Portugal, e também a primeira exposição nas novas instalações da Kunsthalle Lissabon, após a sua saída da Avenida da Liberdade.

Notes for a choreography estreia o novo filme da artista, OLGA's NOTES, all those restless bodies (2014), uma coprodução da Kunsthalle Lissabon e do Art in General, em Nova Iorque, onde o filme será também apresentado, numa exposição individual da artista, em março de 2015.

OLGA's NOTES, all those restless bodies tem como ponto de partida um artigo publicado na revista Al Hilal (edição de janeiro de 1963) sobre a criação de uma escola pública de ballet na cidade do Cairo, descrevendo-a como uma "fabrica de corpos". A escola de ballet fazia parte, nessa altura, do projeto de Nasser (segundo presidente do Egito, de 1954 até 1970, ano da sua morte) de modernização do país e da sua construção como estado-nação. Apoiado por Lavrosky, figura central do ballet russo da época, a escola tornou-se uma instituição fundamental neste projeto de construção de um estado independente.

O argumento atravessa diferentes coreografias e pequenas narrativas relacionadas com esta história, abordando a dança de um ponto de vista tanto histórico como político e olhando para o corpo através das lentes da dança, do trabalho e da exploração. A dança torna-se assim uma desculpa para refletir sobre o trabalho e, simultaneamente, o trabalho torna-se uma desculpa não só para refletir sobre a dança e ideias de movimento, mas também sobre a violência da construção de um estado-nação e como tal pode ser inscrito e percebido diretamente no corpo de um bailarino.

Pierre segue a bailarina principal de A Fonte de Bakhshisarai (a primeira grande produção que o ballet dançou no Cairo, na presença de Nasser e no fim da qual todos os bailarinos receberam a Ordem de Mérito do presidente), Sandra reencena Trio A de Yvonne Rainer (uma coreografia que aprendeu sozinha na escola de ballet), Jasmine dança no varão como habitualmente, Natacha não se consegue lembrar da sua parte na dança harim e improvisa algo. Estes corpos, lado a lado, tentam desvendar uma história, uma história fragmentada de um corpo danificado, colonizado e enlouquecido, que é incapaz de recordar e incapaz de atuar.

Este filme é parte de um projeto de investigação mais longo de Marwa Arsanios, intitulado "Al Hilal" e que parte da coleção de revistas com o mesmo título, publicadas durante as décadas de cinquenta e sessenta, para abordar questões relacionadas com ideias de estado-nação, descolonização, violência e marginalização do feminismo.

Com: Natacha Antonellou, Cynthia, Pierre Geagea, Alia Hamdan, Sandra Iche e Jasmine

A exposição apresentará também I’VE HEARD STORIES (2008), uma pequena animação que encena um acontecimento ocorrido no Hotel Carlton em Beirute, um edifício modernista icónico desenhado pelo arquiteto Karol Shayer. A animação tenta explorar diferentes maneiras de narrar um mesmo evento, recorrendo a várias fontes e várias vozes. A beleza da arquitetura moderna é ocupada com crime, violência e morte.

Marwa Arsanios (Washington D. C., 1978) vive e trabalha em Beirute, Líbano. Obteve o MFA no Wimbledon College of Art, University of the Arts, em Londres (2007) e foi investigadora do departamento de artes visuais da Jan Van Eyck Academie, em Maastricht (2011-2012). O seu trabalho foi mostrado na Art Dubai, no Bidoun Lounge (Art Park 2009), Forum Expanded da Berlinale (2010), Homeworks V and VI (Beirute, 2010 e 2013), Tokyo Wonder Site (2011), 12ª Bienal de Istambul (2011), the Cornerhouse (Manchester, 2012), Bienal de Veneza (Future Generation Art Prize, 2013) e, mais recentemente, no New Museum (Nova Iorque, 2014). Os seus filmes e vídeos foram apresentados em vários festivais e eventos como o Festival do Rio (Rio de Janeiro, 2010), o e-flux storefront em Nova Iorque e o Centre Pompidou em Paris. Foi nomeada para o Pinchuk Future Generation Art Prize 2012 e venceu o prémio especial. Foi também nomeada para o Sovereign Art Prize 2012. Arsanios é um dos elementos fundadores do espaço 98weeks research project é é professora em part-time.

A exposição de Marwa Arsanios é uma co-produção com o Art in General, em Nova Iorque, e é apoiada pela Mor Charpentier, Paris.

A Kunsthalle Lissabon é generosamente apoiada pela Teixeira de Freitas, Rodrigues e Associados e pela Fundação EDP.

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