Kunsthalle Lissabon

Thomas Renwart, Hallowed Halls, 2023. Hallowed Halls nº6, 2023. Algodão, tecido Jacquard. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Thomas Renwart, Hallowed Halls, 2023. Vista da exposição. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes

Thomas Renwart, Hallowed Halls, 2023. Vista da exposição com Hallowed Halls nº2, 2023 e Hallowed Halls nº1, 2023. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Thomas Renwart, Hallowed Halls, 2023. Hallowed Halls nº4 (pormenor), 2023. Algodão, tecido Jacquard. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Thomas Renwart, Hallowed Halls, 2023. Vista da exposição com Hallowed Halls nº5, 2023 e Hallowed Halls nº4, 2023. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Thomas Renwart, Hallowed Halls, 2023. Hallowed Halls nº2, 2023. Algodão, tecido Jacquard. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Thomas Renwart, Hallowed Halls, 2023. Vista da exposição. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Thomas Renwart, Hallowed Halls, 2023. Vista da exposição com Hallowed Halls nº1, 2023; Hallowed Halls nº9, 2023. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Thomas Renwart, Hallowed Halls, 2023. Vista da exposição. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Thomas Renwart, Hallowed Halls, 2023. Hallowed Halls nº8 (pormenor), 2023. Algodão, tecido Jacquard. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Thomas Renwart, Hallowed Halls, 2023. Vista da exposição. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Thomas Renwart, Hallowed Halls, 2023. Hallowed Halls nº3 (pormenor), 2023. Algodão, tecido Jacquard. Kunsthalle Lissabon, Lisboa. Foto: Bruno Lopes.

Thomas Renwart: Hallowed Halls

A Kunsthalle Lissabon tem o prazer de anunciar 'Hallowed Halls', a primeira exposição individual em Portugal do artista belga Thomas Renwart.

Em inglês, a palavra “hallowed” não só transmite uma sensação de sacralidade, mas significa também algo que conquistou respeito e admiração duradouros. Essa estima transcende tendências passageiras, crenças e limites históricos, mantendo a sua reputação inalterada devido a um conjunto de qualidades inequívocas. Thomas Renwart opta por cobrir as paredes dos seus Hallowed Halls com tapeçarias que retratam representações majestosas de fetos. Esta escolha confere aos fetos um reconhecimento duradouro como umas das plantas mais antigas do nosso planeta e que, para os humanos, sempre possuiram uma aura mística de proteção. Encontrados pela primeira vez em fósseis mesozóicos, os fetos chegaram até nós, assumindo diferentes significados e propriedades benéficas para cada cultura que os encontraram. No Japão, acredita-se que os fetos crescem por onde passa o espírito de um ente querido. Na época medieval, no norte da Europa, os fetos eram deixados a secar na porta da frente para proteger a casa do mal. Fascinado pelo significado místico que os fetos adquiriram ao longo dos séculos, Renwart escolheu-os como o tema principal da sua nova série de tapeçarias, criadas de acordo com a tradicional arte da tecelagem belga. Estas obras não são, no entanto, uma simples homenagem a esta familia de plantas, funcionando cada uma delas também como um amuleto, trazendo consigo uma fita e um talismã. Muitas vezes, quando pensamos num talismã, imaginamosalgo pequeno que pode ser guardado no bolso. Thomas Renwart leva-nos a redescobrir a antiga função apotropaica que o talismã tinha no primeiro milénio d.C., quando as estátuas e a arquitetura incluíam frequentemente símbolos e animais que protegiam a memória da personagem representada na estátua ou a entrada de determinados locais. De forma semelhante, o artista representa em cada grande tapeçaria um pequeno talismã quadrado, em cuja moldura estão representados símbolos malignos mantidos no exterior por um símbolo de amor, esperança e liberdade, entre outros.

Através das suas tapeçarias, adornadas com pequenos talismãs de boa sorte, o artista convida-nos a transcender um aspecto mais individualista, incentivando o regresso a uma dimensão mais experiencial e partilhada. Este sentimento é ecoado pelas fitas que embelezam cada representação dos fetos, transmitindo simbolicamente as suas virtudes a quem os encontra no seu percurso. Um percurso que , para esta ocasião, se encontra especialmente adornado com românticos candeeiros de rua, cuja luz mergulha o espaço expositivo num ambiente suave e noturno – um espaço onde nos podemos perder ou, talvez, descobrir algo essencial. 

Thomas Renwart aspira, através da sua prática, aprofundar os complexos significados incorporados na tradição têxtil e, ao fazê-lo, desbloquear o seu potencial narrativo. Ao cruzar perfeitamente tradição com referências a elementos vegetais, Renwart tenta reavaliar o significado dos temas que tem vindo a abordar, chamando a atenção, nesse processo, para uma antiga tradição fabril característica da sua terra natal.

O artista deseja dedicar esta mostra à sua avó, à tia Ninine e à sua mãe. E a Matthieu e Toon. Thomas Renwart (1995) vive e trabalha em Ghent, na Bélgica. Formou-se em 2019 na LUCA School of Arts, obtendo o título de mestre em Têxteis. Renwart participou em diversas exposições coletivas na Bélgica, Holanda, França, Alemanha e EUA. Em 2020, teve uma exposição individual no Kunsthal Gent intitulada “Gilding The Lily”, seguida de uma grande instalação como parte do projeto “Endless Exhibition”. Em 2021, o artista recebeu o Dorothy Waxman Prize 2021 da Parsons (Nova Iorque, EUA) e também recebeu dois prémios Henry Van De Velde pelo seu trabalho como artista têxtil. No início de 2022, realizou uma exposição individual na Europe House (Londres, Reino Unido). Mais tarde naquele ano, o governo flamengo adquiriu uma das suas obras para a coleção da Comunidade Flamenga, que foi posteriormente adicionada à coleção Mu.Zee em Ostende. Em 2023 realizou a exposição individual “Nightfall” no Kulturzentrum Alter Schlachthof na Bélgica. O artista é representado pela Barbé Gallery (Gante, Bélgica) e pela Thomas Rehbein Gallery (Colónia, Alemanha).

A Kunsthalle Lissabon é apoiada pela República Portuguesa / DGArtes, Câmara Municipal de Lisboa, Coleção Maria e Armando Cabral. 'Hallowed Halls' também é apoiada pelo Flanders State of the Arts e pela galeria BARBÉ.

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